[Saint Petersburg] A surpreendente cidade da Flórida que possui um Museu de Salvador Dalí

Desde que chegamos à Miami, tenho pesquisado lugares ao redor da cidade pra podermos aproveitar os feriados. E eu não me lembro muito bem como aconteceu isso, mas descobri que Saint Petersburg, uma cidade a 4 horas daqui, com 250 mil habitantes e localizada na costa oeste do estado, possuía um museu dedicado à Salvador Dalí, o mais completo acervo do artista fora da Europa. Somente agora, quase 3 anos depois, conseguimos realizar minha vontade de conhecer o tal museu. Só que ele foi o responsável por apresentar-nos uma cidade encantadora. Além do museu, a cidade conta com um centro cultural de primeira linha (tinha até show da Alanis Morrisete programado), vários outros museus e galerias de arte, além um calendário de eventos bastante movimentado, o que faz a sua visita muito mais rica. Acabou faltando mais tempo pra conhecer mais e mesmo tendo nos concentrado em Downtown, deixamos de ver muita coisa.

Foram 2 dias intensos, cheios de coisas interessantes pra gente fazer. Assim que chegamos já tivemos uma provinha do que seria a nossa visita. Nos hospedamos num hotel pequeno, familiar, onde os donos te atendem na recepção com um sorriso no rosto e um papo pra lá de animador. Nos deram dicas, perguntaram o que tínhamos programado, deram pitaco... Pra ser um hotel imperdível, só faltou um café da manhã decente. Mas querer isso nos EUA é um tanto quanto difícil. 

Começamos visitando o Saturday's Farmers Market, onde é possível encontrar "de um tudo", inclusive muita coisa boa pra comer. Devíamos ter deixado pra tomar o café da manhã por lá.

Uma barraca só de massas secas... 

Uma barraca só de massas secas... 

... com cores e sabores mais diferentes que você já viu. 

... com cores e sabores mais diferentes que você já viu. 

Picolés de frutas pedaçudas e fresquinhas, pro calor que tava fazendo lá. Esse daí era de morango, banana e abacaxi.

Picolés de frutas pedaçudas e fresquinhas, pro calor que tava fazendo lá. Esse daí era de morango, banana e abacaxi.

Na barraca de hortaliças e verduras também tinham flores, como estes lindos girassóis.

Na barraca de hortaliças e verduras também tinham flores, como estes lindos girassóis.

Estes brócolis estavam tão lindos que me deu vontade de levar, mas como estávamos indo ao museu depois deixei pra lá. 

Estes brócolis estavam tão lindos que me deu vontade de levar, mas como estávamos indo ao museu depois deixei pra lá. 

Brincadeira com bolhas de sabão gigantes.

Brincadeira com bolhas de sabão gigantes.

Até aparecer um menino chato que insistia em estourar todas as bolhas, quem brincava tentava mantê-las o máximo de tempo possível flutuando. Bacana demais!

Até aparecer um menino chato que insistia em estourar todas as bolhas, quem brincava tentava mantê-las o máximo de tempo possível flutuando. Bacana demais!

O mercado fica bem pertinho do museu, dá pra ir à pé. Escolhemos andar margeando uma pista que tinha sido, recentemente, usada numa corrida de carros - ainda com guard-rails e tudo o mais. A calçada é utilizada pelos moradores para a prática de esportes e cruzamos com vários deles fazendo seus exercícios enquanto caminhávamos. Como estava tudo gradeado à nossa esquerda, foi um tanto estranho andar por um corredor daqueles e meu marido ficava o tempo todo me perguntando se estávamos indo no caminho certo (Bruno costuma ficar nervoso com as minhas opções por caminhar nas cidades. Em Nova Orleans ele quase teve um ataque. Em outro post eu conto.). Mas logo percebemos que chegar por lá foi a melhor coisa, porque de repente surge o primeiro prédio do complexo cultural deles, o Mahaffey Teather. E logo depois, o prédio do The Dali Museum

O Museu. Todo pimpão esperando a gente.

O Museu. Todo pimpão esperando a gente.

O acervo deles não é grande, mas é significativo. Possui obras acadêmicas, passando por algumas representantes do Surrealismo que consagrou Salvador Dalí, até chegar à etapa mais religiosa do artista plástico e a influência dos 8 anos em que morou nos EUA. Porém não se engane. Pequeno acervo não significa que dá pra fazer uma visitinha rápida. Não pra mim. Eu preciso me descolar de quem estiver comigo e curtir o momento sozinha, pra descobrir as coisas que mais me chamam a atenção. Como a representação do pai de Salvador Dalí em várias de suas obras, levando-o pela mão pra conhecer o mundo. Ou, que o artista pintava quadros minúsculos e quadros monumentais. 

Um dos destaques do museu é uma tela onde Dalí, iconoclasta como só ele, quis provar à Scientific American Magazine que um dado divulgado em uma matéria estava errado: a de que só seria possível reconhecer um rosto humano com representações com mais de 150 pixels. Gala Contemplating the Mediterranean Sea  é uma obra monumental, que vale a visita ao museu. Daqueles trabalhos que você precisa ver de perto e de longe, voltar pra perto e afastar-se novamente. 

Depois da visita, decidimos almoçar. Há uma avenida que margeia um parque à beira do mar, onde há inúmeros bares, cafés e restaurantes para todos os gostos, bem como lojas com os mais variados artigos. É a Beach Drive NE, pra onde é possível ir caminhando do museu. Comemos em um restaurante bastante festejado no dia em que chegamos, mas eu sinceramente não achei nada demais. Estivemos em outros pontos que também não foram nenhuma surpresa. O único lugar que é bacana, mas nada do outro mundo, é a Confeitaria do Restaurante Cassis Brasserie. Eu comi uma Eclair de Chocolate bastante correta e meu marido e casal de amigos foram de sorvete. O de maracujá estava muito bom!

Como nosso hotel oferecia happy-hour a partir das 17h00 como cortesia aos hóspedes, fomos até lá pra descansar um pouco e aproveitar pra conhecer algumas pessoas. O sol estava muito forte. Durante a conversa o proprietário nos mencionou um mercado ali próximo que era muito bacana. Como eu falei que era formada em Gastronomia ela se empolgou e disse que eu precisaria ir até lá. Assim que o sol se pôs, fomos eu e meus amigos (Bruno teve princípio de insolação e ficou no quarto) até o Locale Market. E daí, morri de amores! 

A entrada do lugar.

A entrada do lugar.

Esses disquinhos voadores amarelos e verdes são abobrinhas, que exalavam perfume de dama-da-noite.

Esses disquinhos voadores amarelos e verdes são abobrinhas, que exalavam perfume de dama-da-noite.

Heirloom Tomatoes que eu adoro!

Heirloom Tomatoes que eu adoro!

Há várias opções de take-out ou mesmo pra comer na casa, numa das mesas internas ou externas (que ficam no segundo andar).

Há várias opções de take-out ou mesmo pra comer na casa, numa das mesas internas ou externas (que ficam no segundo andar).

O balcão refrigerado de peixes.

O balcão refrigerado de peixes.

As carnes, com várias opções de cortes de Dry Aged Steaks.

As carnes, com várias opções de cortes de Dry Aged Steaks.

Algumas opções de proteínas curadas ou cozidas. Destaque para o Confit de Canard bem ali no meio. 

Algumas opções de proteínas curadas ou cozidas. Destaque para o Confit de Canard bem ali no meio. 

Mais carne!

Mais carne!

A loja de queijos. Há, espalhados pelo mercado, vários quiosques/lojas especializados. 

A loja de queijos. Há, espalhados pelo mercado, vários quiosques/lojas especializados. 

Como era Páscoa, uma escultura de Ovo de chocolate na Confeitaria.

Como era Páscoa, uma escultura de Ovo de chocolate na Confeitaria.

As mesas do pátio térreo externo. Ainda tem mais mesas no segundo piso, onde há uma adega bastante variada, com mesas coletivas pra reunir os amigos, apreciar um bom vinho e petiscar alguma coisa. Eu aproveitei e comi uma pizza e abrimos um vinho qu…

As mesas do pátio térreo externo. Ainda tem mais mesas no segundo piso, onde há uma adega bastante variada, com mesas coletivas pra reunir os amigos, apreciar um bom vinho e petiscar alguma coisa. Eu aproveitei e comi uma pizza e abrimos um vinho que minha amiga comprou. Eles cobram 15 dólares a rolha (quando você compra o vinho originalmente pra levar pra casa, e decide beber lá mesmo, na loja.

O Locale me pareceu inspirado no conceito do Eataly de Nova Iorque. O que eu sei é que nem Miami tem algo com o tamanho e a seriedade deste lugar. Fiquei com inveja dos moradores de St. Pete e com muita vontade de voltar. Quem sabe quando minha mãe vier me visitar?