Já estou pra escrever sobre o Les Halles tem tempo. O restaurante ficou famoso por ser onde Anthony Bourdain, chef que ficou famoso ao escrever um livro onde conta os podres da indústria de restaurantes de Nova Iorque, costumava cozinhar quando ainda era um reles mortal. Tudo mudou depois do livro e hoje todo mundo sabe quem é o cara que viaja o mundo comendo e descobrindo lugares incríveis, sempre com os melhores guias.
Fonte: https://thetravelingtummies.files.wordpress.com/2010/05/pic38asaturdayleshalles1.jpg
Mesmo depois de ter sido deixado de lado com as panelas, o restaurante ainda surfa na fama do chef. São duas unidades em Manhattan, uma na Park Avenue, que foi a que conheci, e outra em Downtown. Nas duas vezes que fomos o salão estava cheio e os garçons não pararam um minuto sequer. O cardápio não é muito longo, mas tampouco enxuto. Oferece bastantes opções divididas em entradas, principais e sobremesas, além da carta de vinhos e de cervejas e o bar, com sua carta de drinks. É um lugar barulhento e movimentado, com luz baixa e mesas próximas umas das outras, sem muita frescura na decoração.
O salão principal, com mesas bastante próximas umas das outras.
O atendimento é correto e corrido, portanto é bom estar afiado no pedido antes de o garçon chegar. Se tiver alguma dificuldade de falar os nomes dos pratos ou seu inglês seja dos bem macarrônicos, apontar para o prato que deseja no cardápio pode ser uma boa pro garçon saber o que você quer comer. Outra coisa importante é você analisar o cardápio assim que chegar: nos EUA os restaurantes esperam que cada mesa seja ocupada entre 2 e 3 vezes numa noite. Portanto, não vai demorar muito tempo até que o garçon apareça perguntando se você já decidiu o que vai comer. Então, é melhor deixar o bate papo pra depois de todos escolherem seus pratos. É o jeito que eles funcionam. Não vale a pena brigar com esse costume. Time is money for them, always remember this.
O restaurante é uma boa pedida antes de subir ao Empire States pra dar uma espiada na Big Apple. Vai por mim: a vista é muito mais bonita e bacana à noite!
Esse preâmbulo todo pra dizer que a comida é simples, porém incrível! Pratos franceses clássicos, bem executados, perfumados e cheios de sabor. Na primeira vez em que lá estive comi o Steak au poivre e estava divino! Acompanhado de batatas fritas sequinhas e crocantes e uma salada de folhas verdes, estes também eram os acompanhamentos do Faux fillet Bercy, o prato que minha mãe pediu nas duas vezes.
O meu Steak au Poivre. Apresentação sem frescura pra comida simples e deliciosa!
Na segunda visita eu fiquei em dúvida entre pedir o mesmo prato novamente e tentar algo diferente, mas acabei pedindo o Confit de Canard que estava bem gostoso também, não tanto quando o primeiro. Finalizamos o segundo jantar com um Crêpes Suzette, que é preparado à maneira russa, com aqueles carrinhos que vão até à mesa, onde o garçon prepara seu prato. Uma vez flambado, voilá!
O Confit de Canard que pedi na segunda vez. Muito gostoso, mas se fosse agora eu decidia pelo Steak au Poivre de novo.
Observação: recentemente o restaurante perdeu o chef que conduzia o restaurante. Ele era pupilo do Bourdain e morreu de câncer aos 38 anos. Não sei como a casa absorveu esta perda, mas acredito que eles devem ter preparado alguém pra substituí-lo na função. É sempre uma pena quando alguém tão talentoso morre tão jovem, ainda mais de câncer!